Eu.

Sinto vontade de escrever.
Dizia e diz Clarisse Lispector que a palavra é meu poder sob o mundo. E é, de fato.
a única forma de eu desabafar, é falar pra ninguém.
"Incongruente eu sou", Janaína fala. Eu também sou.
Minhas arestas são agudas, e é difícil encontrar encaixe.
Não consigo falar pra qualquer pessoa. Me perco em mim. É difícil alguém me decifrar. E quando decifram, me assustam.
Quero começar falando do que me faz estar viva.
O que me faz estar viva?
O sonho, a fantasia, a imaginação.
A crença, o desejo, a saudade...
A vontade de mais, e mais, e mais... e por nunca estar satisfeita, sobrevivo.
Sou um poço sem fundo, e enquanto a vida joga água em mim, mais água quero receber.
Não consigo parar.

Quantas vezes já pensei: "Estou aqui por algum motivo. Não tão simples assim. Preciso ser alguém, preciso fazer a diferença." Sempre acreditei: "Pessoas precisam de mim, o que posso fazer por elas?
Sou assim, as vezes me irrita!
Até eu preciso me aceitar.